domingo, 24 de agosto de 2008

Fossa? Eu?Quando algo dá errado, é comum entrar em crise. O importante é reagir e superar esse momento crítico

Todo mundo passa por aquela fase - bastante comum durante a adolescência - em que tudo dá errado. Relacionamentos amorosos que não vingam, as notas baixas na escola e eventuais desentendimentos com os amigos são apenas alguns dos problemas mais corriqueiros durante essa época. E, pra piorar ainda mais a situação, é compreensível e até comum que quando isso acontece, a famosa fossa dê as caras. O tempo de duração da fossa é muito relativo, afinal, depende única e exclusivamente de cada pessoa e situação. No entanto, chega um momento em que, quem está sofrendo precisa reagir, senão, o que era uma tristeza passageira pode se transformar em um caso sério de depressão. Respeitar a si próprio é importante. Se precisar chorar a perda, chore. Se precisar de algum tempo pra ficar sozinho, fique. Mas lembre-se, é uma fase que vai passar , diz a psicóloga Viviane Scarpelo. Uma das dicas da psicóloga para superar a fossa é não abrir mão daquilo que gostamos. Encontre coisas que te deixem bem, que te façam feliz e que ajudem a equilibrar suas emoções. Faça uma lista com as coisas que gosta de fazer e pratique , aconselha. Dar risada de episódios difíceis da nossa vida não é fácil, mas também pode ser uma forma terapêutica de lidar com os problemas. Sorrir na hora da dificuldade é uma maneira de estar cuidando de si próprio , explica Viviane. No entanto, se esses métodos não fizerem efeito e o sentimento de tristeza e angústia não passar, é importante procurar um profissional especializado. Sofrimento é continuar sentindo a dor. Nesse caso, o ideal é encontrar um psicólogo que te ajude a entender melhor suas emoções e a superar o problema , diz Viviane. Saia da fossa!Deixar a fossa de lado está longe de ser uma tarefa fácil e isso todo mundo sabe. Mas, como já foi dito antes, é fundamental que quem está passando por esse momento de crise saiba lidar com as emoções e não se deixe levar pelo sentimento intenso de tristeza. Muitas vezes, o primeiro passo para superar a fossa é curti-la um pouco. Mas, preste atenção: só um pouco. Hanna Coelho, 15, é a favor desse método , por isso, toda vez que acaba caindo na fossa, a estudante se dá o direito de curtir a tristeza por um tempo. Fossa é bom de curtir escutando música, comendo e vendo TV. Mas não pode deixar que ela vire um jeito de viver , diz.Para Hanna, fazer coisas divertidas é o segundo passo para sair da fossa. Tento fazer coisas que me dão prazer, como dançar, ler um bom livro ou mesmo tirar um tempo para elevar minha auto-estima , conta a estudante. A jovem também tem a lista do que não fazer quando está de baixo-astral: ela não costuma sair para festas e baladas. Assim eu evito de fazer com que as pessoas que estão ao meu redor fiquem mal por eu não estar feliz ou animada como elas , explica.
Foto: Arquivo Pessoal
http://www.guiadasemana.com.br/photos/event/t-esp-hanna_r.jpg
Hanna gosta de curtir a fossa por um tempoMilena Romão, 21, é dona da comunidade Dia Fossa! Todo mundo tem o seu! no Orkut e também tem seus métodos para deixá-la de lado. A estudante diz que quando fica triste, gosta de curtir um pouco o momento em casa, tranqüila. Mas logo depois, já começa a pensar em formas de sair dessa situação. Gosto de sair pra qualquer lugar com os amigos. Acho que todo mundo deveria tentar isso, é a melhor coisa , aconselha. E, ao contrário de Hanna, Milena não gosta muito de escutar músicas que podem acabar piorando o momento crítico. Pensar demais no que aconteceu e ficar sozinha por muito tempo também não são idéias muito boas na opinião da estudante. Meu amigo está na fossa. E agora?Estar na fossa é já é uma situação complicada, mas quando quem está em crise é algum amigo, as coisas tendem a ficar ainda mais difíceis. Afinal, a pessoa que está passando por esse momento fica mais carente e, ao mesmo tempo, menos paciente. Por isso, adivinhar a forma como ela prefere ser tratada é praticamente impossível. Alguns preferem que aqueles que estão sempre por perto apenas ignorem esse momento crítico, enquanto outros querem ser tratados com mais atenção e carinho. Por via das dúvidas, Milena prefere não alimentar esse sentimento de tristeza. Tento tratar normal, escuto o que aconteceu, mas logo tento sair do assunto para a pessoa não ficar lembrando e remoendo porque isso só faz piorar , diz a estudante.
Foto: Getty Images
http://www.guiadasemana.com.br/photos/event/t-esp-fossa2_r.jpg
Para Milena, liberar o lado palhaço para distrair a pessoa e fazê-la esquecer as coisas tristes, nem que seja por alguns instantes, é uma boa saída. Já Hanna acredita que, para ajudar quem está na fossa, nada melhor do que ouvir o que a pessoa tem a dizer. A fossa costuma ser algo muito difícil de compreender quando não se está nessa situação. Quando algum amigo fica assim, eu tento apenas fazer com que ele desabafe, que é o que quem está na fossa quer, na maioria das vezes , diz. A melhor maneira de ajudar alguém a sair da fossa será sempre um mistério. É fundamental que, se tiver um amigo passando por essa situação, você tente ajudá-lo da forma que for melhor pra ele. Se ele não estiver a fim de falar sobre o assunto, deixe pra lá e procure coisas divertidas para vocês fazerem. Mas, se ele achar que desabafar, chorar e espernear vai ajudá-lo, escute-o com muita paciência.
10 dicas para sair da fossa1- Curtir a fossa não é tão prejudicial e, muitas vezes, pode ser o primeiro passo para a cura . No entanto, esse período de curtição não pode durar muito.2- Respeitar os próprios sentimentos também é uma boa maneira de entender o que aconteceu e sair dessa situação.3- Fazer coisas que te agradam nesse momento é fundamental. 4- Pode parecer piada, mas dar risada dos próprios problemas é uma terapia.5- Para alguns, escutar música ajuda na hora de superar a fossa. Já outros preferem passar longe dessa opção. 6- Ler bons livros também pode e deve fazer parte do tratamento contra a fossa. 7- Assim como escutar música, sair para a balada é uma alternativa que muitos não gostam. Mas também é uma boa opção para se distrair.8- Sair com os amigos é um dos métodos mais populares e eficazes.9- Desabafar e falar do assunto até não agüentar mais é uma verdadeira terapia de choque, mas que pode funcionar.10- Mas, se nada disso funcionar, é importante que você procure um especialista no assunto. A essa altura, sua fossa já pode ter virado algo mais sério. E nesses casos, só um profissional vai poder te ajudar.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ócio: o prazer de não fazer nada Por María Jesús Ribas

Não fazer nada, "faz muito" em matéria de saúde física, mental e emocional, e além de singela e prazerosa, certa dose de inatividade pode acabar sendo terapêutica. Para alguns psicólogos o ócio é uma das necessidades básicas do ser humano, da mesma forma que beber, comer, ter relações sexuais, evitar o perigo ou se autoafirmar.
Alguns especialistas afirmam que o tempo livre é um marco para se abandonar ao puro lazer. Assinalam que o fato de "não fazer nada" é um exercício de criatividade, porque consiste em fazer o que dá vontade em uma pessoa, ao contrário do que é imposto ou proposto por outros.
Curiosamente, é muito difícil permanecer inativo, pelo menos para os seres humanos, já que eles têm certa impossibilidade fisiológica de não fazer nem pensar nada. Seu cérebro está sempre ativo, inclusive quando em máximo repouso, e sempre se está fazendo ou pensando algo, embora não esteja trabalhando ou ocupando o tempo "produtivamente".
Cada pessoa pode dedicar o ato de "não fazer nada" ao que preferir, desde ver televisão, ler um livro ou escutar música, até arrumar o quarto, dar um passeio, ir ao cinema, ou ir à barbearia: a questão é relaxar, fazer o que estiver fazendo da maneira mais tranqüila possível.
Segundo especialistas, quando o cérebro registra que haverá um tempo livre e relaxante, se produz uma sensação de prazer e tranqüilidade prévios, como se já se vivesse nessa situação, e a mente e o corpo descansam por antecipado. O sociólogo e escritor italiano Domenico de Mais fala ainda de um tipo de tempo livre que ele chama de "ócio criativo", onde trabalho e lazer se misturariam para criar um ambiente de bem-estar, onde trabalho, jogo e aprendizado andariam lado a lado.
O lazer mais terapêuticoPara que a inatividade seja saudável, é preciso entendê-la como um momento que está sendo investido na própria saúde mental, em si mesmo, ao invés de se sentir culpado por perder tempo. Além disso, é preciso procurar aprender a ficar "a sós consigo mesmo" e concentrar-se nas próprias sensações.
Se você conseguir não fazer nada durante pelo menos 30 minutos ao dia, não só começará a se sentir melhor, mais descansado e menos estressado, mas receberá uma série de benefícios, por quê?
- Você se tornará mais criativo. Em estado de relaxamento, a mente está livre e menos pressionada para descobrir novas opções e ter melhores idéias, que quando está em uma atividade permanente e acelerada.
- Você se relacionará melhor com os demais. Freqüentemente, por estarmos imersos em nossos problemas, as outras pessoas nos passam despercebidas, inclusive os de nossos entes queridos. Ao libertar-nos da pressão, nos contactamos com aquilo que deixamos de lado.
- Você terá mais energia. Após desfrutar de um descanso reconfortante, seu próprio organismo "lhe pedirá" mais atividade, que poderá ser enfrentada com mais vigor.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Relações daninhas e os seres tóxicos! Por María Jesús Ribas

O ciúme, o desejo de sucesso e de amor exclusivo estão na origem dos vínculos daninhos. Há seres tóxicos capazes de nos infectar com sua negatividade, mas também antídotos e técnicas para livrar-se do que nos amarga a vida e nos impede de crescer
Há pessoas em nosso entorno familiar, laboral ou social, cujos comentários e atitudes nos complicam a existência. Gente perigosa para nossa saúde mental, emocional e física, das quais convém manter distância, ou pelo menos limites definidos, se não temos mais remédio que conviver ou nos encontrar com essas pessoas tóxicas.
Quem quer que nos aflija com sua atitude, que não nos deixa crescer, não se mostra contente com nosso sucesso e que põe barreiras a nossos esforços para sermos mais felizes, pode ser considerado uma pessoa tóxica para nossa vida, embora para qualquer outro indivíduo seja inofensiva.
Para a psicóloga americana Lillian Glass, a raiz de toda toxicidade nas relações humanas são o ciúme. Por que algumas pessoas próximas, queridas ou amigas, nos ferem, se enfadam, tentam vencer-nos, buscam nos desagradar ou tentam prejudicar-nos com frases sarcásticas ou respostas que desanimam ou ao alegrar-se falsamente de nossa felicidade ou êxito?.
Por que nos fazem críticas destrutivas?, "Devido aos ciúmes e sua concomitante inveja", comenta Glass, para quem o descontentamento e os sentimentos de insuficiência provocam a ânsia de posse, de êxito e do amor de outras pessoas, assim como o desejo de tê-las para si mesmo, exclusivamente.
Caldo de cultivo: o ciúme
A frustração de outras pessoas que nos vêem como vencedores e consideram a si mesmas perdedoras, os impulsiona a machucar-nos mental e verbalmente, e às vezes inclusive mediante a violência física. Também os levam a envolver-nos em jogos maliciosos, palavras cruéis e comportamentos sujos.
O ciúme ou a falta de amor próprio são a razão de muitos comportamentos negativos em relação a nós, mas também a causa encoberta de condutas similares de nós para com os demais.
Para reconhecer as condutas tóxicas é preciso olhar para si mesmo ou fazer com que a outra pessoa o faça. Quem é crítico em relação a outro indivíduo deve examinar suas razões; uma pessoa honesta normalmente encontrará algum motivo para sentir ciúmes: por exemplo, possuir algo que o outro deseja ou lhe falta, ou o sentimento que a outra pessoa tem mais ou lhe seria melhor.
A doutora Lillian Glass, que faz uns anos publicou um livro sobre as relações tóxicas que rapidamente virou sucesso de vendas, evidenciando a magnitude deste tipo de comportamentos, sugere empregar de certas técnicas para que os ataques emocionais de pessoas tóxicas não repercutam sobre nossa saúde física e mental.
Para o especialista, isto é uma questão de sobrevivência, porque boa parte do bem-estar e sucesso em nossa vida dependem de nossa força psicológica e emocional.
Às vezes, para resistir à toxicidade alheia ou tentar que não nos afete, se recorre ao consumo de drogas, tranqüilizantes ou alimentação compulsiva. Mas isso só é uma forma de autodestruição inconsciente, que só ocasiona que essa situação negativa se aprofunde quando passaram os efeitos aparentemente prazerosos desses métodos para fugir da realidade.
Também não é preciso responder com a violência física, já que as agressões aos indivíduos tóxicos só conseguem convertê-los em vítimas, enquanto que de fato são os verdadeiros agressores, o que realimenta seu papel negativo em nossa existência: é como tentar apagar um incêndio jogando mais combustível.
A ameaça em casaQuando as pessoas tóxicas fazem parte da própria família, podem constituir um verdadeiro problema psicológico, devido à continuidade da convivência e do vínculo. Se estão no trabalho, podem colocar em risco nossa continuidade laboral, pois os contínuos conflitos influenciam em nosso rendimento.
Sejam nossos pais, filhos ou cônjuges, nossos chefes ou colegas de trabalho, às pessoas tóxicas é preciso aprender a tratá-las, para que não transtornem nosso equilíbrio vital.
Segundo a pesquisadora Lillian Glass, a fórmula magistral para desintoxicar nossas relações consiste em comunicar-se para enfrentar o que nos incomoda do outro e dizê-lo às claras.
Se você tem um chefe, amigo ou familiar que o faz sentir inferior. Se sua mãe, pai ou ambos o ralharam ao longo de toda a vida. Se está em contato com um médico, professor ou cliente que o insulta ou simplesmente o deixa doente. Se mantém algumas destas ou outras relações tóxicas, precisa sobreviver a elas.
Para conseguir uma convivência tranqüila e feliz, o especialista sugere aplicar uma série de antídotos contra a negatividade.
Uma solução consiste em manter o senso de humor. Relaxar as tensões e divertir-se com isso permite responder ao sujeito tóxico e conseguir o benefício do riso. Primeiro é preciso relaxar, respirando lentamente uns segundos e exalando enquanto se lembram as palavras e ações tóxicas, como para expulsá-las do corpo junto com o ar. Depois é preciso dizer algo divertido, que ponha em evidência o agressor verbal. Isto serve para expulsar a tensão acumulada.
Também é importante deixar de pensar todo o tempo no problema, o que só contribui para amplificá-lo, já que a mente é como uma lupa: aumenta aquilo que foca.
Existem momentos em que uma pessoa tóxica parece colapsar nossa mente, convertendo-se na única coisa em que podemos pensar, o que é prejudicial. É preciso gritar ou dizer mentalmente Pare de pensar! e apoiar esta expressão com frases positivas, como "sou importante", "minha vida é valiosa" ou "me sinto feliz".
A técnica do espelho
A doutora Glass também aconselha atuar como se fôssemos um espelho. É possível fazer as pessoas tóxicas ver refletidos seus comportamentos. Se alguém não pára de falar impedindo que os demais o façam, a resposta pode ser colocar-se a latir. Quando o tóxico se irritar e perguntar "O que há?", basta explicar que esta é a atitude que ela mantém com os demais.
Outra tática conveniente consiste em perguntar com tranqüilidade. Para que os indivíduos tóxicos vejam quão absurdas são suas idéias, comentários e atitudes, o melhor é formular dúvidas simples que se convertam em uma progressão lógica que vá desbaratando seus argumentos, um depois de outro.
A aqueles que odeiam os negros pergunte se conhecem muita gente de cor?, conviveu com ela?, alguém o odeia por ser quem é?. Suas respostas evidenciarão o ridículo de suas idéias. E sempre haverá mais perguntas para colocar-lhes em evidência.
Embora pareça difícil, é preciso tentar empregar a cordialidade. Converter o enfado em amabilidade é uma resposta ideal frente a muitos que são duros. Os motivos de sua atuação costumam ser a insegurança e a falta de amor próprio.
Ao saber que essas são as causas de sua toxicidade, pode controlar a injúria e transformá-la em amabilidade. Muitas pessoas que tratam com o público fazem uso desta capacidade, que dá frutos assombrosos.
Outro antídoto para a toxicidade mental, consiste em desprender-se de qualquer emoção a respeito da pessoa venenosa: tirá-la de nossa vida, não preocupar-se com ela, não desejar-lhe nem bem nem mal, visualizar a desconexão com ela, deixá-la para trás.
Catálogos de pessoas venenosas
Segundo Glass, estas técnicas são efetivas para resistir ao que ela denomina "trinta tipos de terrores tóxicos", entre os quais inclui o falador, o piadista, o cortante, a vítima sombria e condenada, o apunhalador de duas caras, o brincalhão, o pistoleiro rancoroso e autoritário, e o mentiroso. Todas são distintas formas de personalidades que coincidem em intoxicar a vida alheia.
Outras versões de indivíduos tóxicos, que podemos descobrir em nosso entorno, são o indivíduo intrometido, o fanático, o pretensioso, o competidor, o maniático do controle, o crítico acusador ou o arrogante sabichão.
Às vezes, a presença de conflitos contínuos, pode indicar que o ser tóxico é você mesmo, em vez dos demais. O que não muda excessivamente as coisas, porque o resultado é similar: um contínuo mal-estar e dificuldades para relacionar-nos.
Nesse caso é preciso reconhecer o problema e deixar de amargar os demais com nossos ciúmes mais ou menos encobertos. A chave, como sempre, é a comunicação: consigo mesmo, para descobrir a verdadeira raiz de nosso comportamento, e com os demais, para deixar de atormentar suas vidas.
Por María Jesús Ribas

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Por que fazer o bem faz muito bem! escrito por Roberto Shinyashiki


Muitas pessoas realizam uma série de sonhos, mas em algum momento percebem que ainda está faltando algo. Elas descobrem que suas realizações criaram um vazio em sua vida. Então percebem que só é possível ser feliz criando a felicidade para muitas pessoas. Isso será real quando as incluirmos em nossos sonhos.
"Ajudar as pessoas a acreditar no próximo não é um trabalho importante apenas para deixá-lo em dia com seu espírito de solidariedade. Trata-se, na verdade, de alimentar a sensação de pertencer à raça humana"
Eu acredito que é preciso ter sonhos realmente grandes. Sonhos pequenos não motivam de verdade. É bonito quando uma pessoa trabalha para ter a casa própria, mas isso ainda é muito pouco. É ótimo lutar para ajudar o filho a se formar, mas nós somos capazes de muito mais.
Eu convido a todos para unir as forças e juntos criarmos um mundo cheio de justiça e de amor. Quando sentimos a nossa força interior, nos damos conta de que temos energia para superar qualquer desafio. As pessoas sempre me perguntam qual é o meu maior sonho. Tenho alguns sonhos, mas o maior sonho da minha vida é ajudar o Brasil a descobrir que nós somos um país de campeões. É um sonho até simples de realizar porque tenho certeza de que nosso país conta com muitas pessoas de fibra que acalentam o mesmo sonho e, principalmente, porque temos um povo maravilhoso, capaz de virar o jogo. Mas para isso é preciso ter comprometimento com o sonho. Assim tenho energia para lutar por todos os meus projetos. Muitas pessoas me perguntam ainda onde arrumo energia para escrever tantos livros e artigos, tocar os negócios, fazer palestras em muitas cidades pelo país afora e ainda conseguir tempo para me dedicar aos meus projetos sociais. A resposta é simples: minha energia vem da minha paixão por ajudar o nosso povo a ser mais feliz. Outra pergunta que também ouço com freqüência é que horas escrevo os meus livros. A resposta também é bem simples: meus livros são escritos de madrugada, depois que a minha família foi dormir ou depois das palestras, num quarto de hotel. E sabe o que eu faço para ficar acordado? Não tomo café, nem pó de guaraná, ou qualquer outra coisa. Simplesmente penso em quantas pessoas vou ajudar com o meu livro, e pensar desse jeito afasta o sono e o cansaço de mim. Eu adoraria que você descobrisse que abrir o coração é muito mais que aprender a amar seus filhos e sua família, é aprender a amar todos, pois é preciso amar toda a humanidade. Infelizmente, muita gente ainda vive alienada, pensando que os problemas da nossa sociedade não afetam a vida de todos nós. São pessoas que negam sua parcela de responsabilidade pela existência de tantas injustiças. Outros ficam deprimidos ou reagem com irritação diante dos problemas sociais, mas de concreto nada fazem. Quanto mais se alienam, mas os problemas vão crescendo. Ou seja, uma sociedade injusta é uma fábrica gigante de problemas. Se ficarmos contemplando passivamente esse estado de coisas, sem procurar alterá-lo, estaremos ajudando a construir uma bomba-relógio que vai explodir a qualquer momento. Aliás, muitas bombas estão explodindo em nosso redor sem que a maioria perceba que algo de concreto precisa ser feito para desarmá-las. Ajudar as pessoas a acreditar no próximo não é um trabalho importante apenas para deixá-lo em dia com seu espírito de solidariedade. Trata-se, na verdade, de alimentar a sensação de pertencer à raça humana. Eu me recuso a imaginar que nós viemos ao planeta Terra apenas para juntar o maior número de bens possível. Eu acredito em nosso país porque creio em nosso povo. Sei que o desafio é imenso, mais os verdadeiros campeões são aqueles que enfrentam seus problemas, sejam eles de que tamanho forem. Acredito em nosso país porque vejo muitas pessoas comprometidas com o nosso povo. Se você participa de um projeto social, quero parabenizá-lo. Agora se você ainda não trabalha em um projeto social, talvez seja hora de lembrar que tem dentro de si um poder muito maior do que imagina. Dentro de você existe a capacidade de transformar o mundo. Lembre-se: você tem a força para ser a solução na vida de muitas pessoas. A solução para os problemas do nosso país está dentro de cada um de nós.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Como conseguir entusiasmo? escrito por Emilce Shrividya Starling

O objetivo da vida é ser feliz. Todos nós estamos procurando por algo melhor, buscando a felicidade.
"Para cultivar o entusiasmo, você deve praticar ações que aumentem a alegria do coração. Deve ser generoso, altruísta, bondoso, ser tolerante e paciente com você mesmo e com as outras pessoas"
Muitas pessoas, porém, estão procurando fora de si mesmas, em posses, em posições, nos outros, no consumismo, nas viagens, nos acontecimentos. Não estão com o objetivo de serem felizes dentro de suas próprias mentes.
Sofrem de estresse, ansiedade, medos, insônia, angústias, depressão,tristeza, solidão. E realmente, estas dores da alma, como podemos chamá-las, impedem que a felicidade se aproxime.

Os inimigos do entusiasmo
Existem muitos obstáculos que bloqueiam a fonte do entusiasmo e não permitem que se manifeste como: a raiva, a impaciência, a inveja, hábitos de criticar a si mesmo e os outros, ódio por si mesmo, baixa auto-estima, falta de controle, maldade, hipocrisia, arrogância, dúvidas, indelicadeza, desrespeito, insatisfação constante, falta de gratidão, não perdoar, ferir os outros, falar sarcasticamente.
Quando algumas dessas características se manifestam em uma pessoa, a energia do entusiasmo fica bloqueada e as virtudes ficam obscurecidas. Essa pessoa fecha o coração e se sente sem alegria de viver. Sente que nada neste mundo pode lhe trazer felicidade.
Experimenta tristeza quase todo o tempo. VIve criticando tudo, sem encontrar nenhum sabor nem interesse em nada. Ela se assemelha a uma flor seca, sem vida, árida e triste. Não dá valor ao que tem, não agradece ao que recebe, não existe leveza em seu coração. A vida é um peso que carrega e não encontra saída para seu sofrimento.
Quando a mente está negativa, com muita turbulência, é difícil experimentar gratidão e alegria. É necessário purificar a negatividade que é energia condensada.
Precisamos limpar camadas e camadas da mente. Nossos padrões mentais, nossos “arquivos” no cérebro, que trazemos de muitas vidas, precisam ser purificados.
Como você pode sentir entusiasmo, se seu coração está queimando no fogo da raiva, no fogo dos sentimentos e pensamentos negativos, no fogo de um completo descontentamento?

Como conseguir o entusiasmo?
Para cultivar o entusiasmo, você deve praticar ações que aumentem a alegria do coração. Deve ser generoso, altruísta, bondoso, ser tolerante e paciente com você mesmo e com as outras pessoas.
As práticas do yoga como as posturas psicofísicas, os exercícios respiratórios, o relaxamento, a meditação, o canto dos mantras, a contemplação dos ensinamentos, o serviço altruístico, desenvolvem essa alegria e conectam você com seu Ser interior, fonte de todo entusiasmo.
Através dessas práticas, você começa a dissolver pensamentos tristes e dolorosos, emoções negativas e de depressão, sentimentos guardados e não resolvidos, velhos ressentimentos e rancores que mantinha armazenado em sua mente por muitos anos.
Quem tem entusiasmo manifesta Deus em seus pensamentos, palavras e ações, pois a palavra entusiasmo significa literalmente “carregando Deus no interior” ou “possuído pelo Deus interior”. É expressar as virtudes divinas de nosso interior.
Com a prática regular da meditação e do relaxamento, que são formas maravilhosas de orar, fazemos conexão com o Ser interior divino. Ao silenciar corpo e mente, nós nos acalmamos, temos boas intuições, insight, melhor discernimento, soluções para nossas dúvidas e problemas, e a sabedoria brota do interior.
Quando oramos apenas com palavras, estamos falando com Deus, quando conseguimos nos voltar para dentro, deslizar para este espaço de silêncio interior, Deus “fala” conosco através das qualidades divinas de nosso interior.
Ele se manifesta em nós através da alegria, do entusiasmo, da bondade, da compaixão, da tranqüilidade, da paz interior, da paciência.
Com essa conexão direta com o Ser interior através do apaziguamento e da tranqüilidade, encontramos um porto seguro, um apoio interior para todos os momentos, mesmo os mais desafiantes e difíceis. É nossa apólice de seguro verdadeira.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Orgulho, o arquiinimigo do perdão Escrito por Dado Moura

Quem já não – ao ser tomado pelo ímpeto e na certeza de estar fazendo a coisa certa – feriu aquela pessoa com quem se convive? Seja numa resposta “atravessada” ou numa atitude grosseira contribuímos de alguma forma com a divisão ou o isolamento das amizades. Passado algum tempo, já com a “cabeça fria”, percebemos que procedemos de maneira equivocada – ferindo pessoas ou até mesmo nos ferindo.Refletir sobre o nosso ato nos ajuda a perceber o momento em que agimos precipitadamente; e dessa reflexão vem o remorso, o qual nos prepara para o pedido de desculpas.
Reconhecer que fomos precipitados nos argumentos, significa, muitas vezes, humilhar-se e se fazer pequeno, reconhecer que errou. Perdoar ou liberar perdão não é ter “amnésia” sobre o ocorrido, mas sim, disponibilizar-se a restabelecer o relacionamento abalado.
Do remorso ao perdão há uma pequena distância, mas o espaço é grande o bastante para residir o orgulho. Sentimento este que nos tentará convencer de que o ato de se desculpar ou reconhecer seu erro é atitude dos fracos.
Por outro lado, infelizmente, há pessoas que não aceitam as nossas desculpas. Preferem romper com os laços afetivos em vez de crescer e amadurecer por meio dos exercícios apresentados pela vida. Insistem em manter a irredutibilidade e a prepotência, que pensam possuir, em vez de dar o passo que romperá com as cadeias que as prendem. Talvez querendo cumprir a lei do “olho por olho, dente por dente”, esperam por um momento de revanche. Enquanto isso, desperdiçam tempo e amargam seus dias, remoendo o que já está resolvido para aquele que se dispôs a se desculpar.
A vida é muito curta para se gastar o precioso tempo com comportamentos que não trazem a sustentabilidade de nossas convivências. Pedir ou conceder perdão não nos exige mais do que podemos agüentar. Sabemos de pessoas que gastam muito tempo buscando motivos para justificar suas infelizes atitudes, fazendo-se de injustiçadas, em vez de adotar gestos de humildade e agir de maneira diferente. Na verdade, elas são vítimas do orgulho, que mata pessoas e sentimentos!
Mais importante – do que lembrar que não devemos desculpar – seria fazer uso da faculdade de reflexão e reconhecer que ninguém está acima dos lapsos e erros. Pois aquele, que errou hoje, poderá ser você amanhã…
Não percamos tempo monopolizando picuinhas, ressentimentos ou retendo perdão. Se uma situação especial o faz refletir – levando-o ao ato da reconciliação –, peça ou dê o perdão e continue a viver com a experiência adquirida.Situações mal resolvidas afetam outras áreas de nossa vida. Talvez por isso existam ainda alguns problemas não “equacionados” em nossas vidas pois, esses, são reflexos dos fragmentos dos “elos” que deixamos se perder ao longo do caminho.

sábado, 5 de janeiro de 2008

De volta ao Passado

De volta ao passado, sem sair do lugarA regressão ajuda a resolver traumas antigos que interferem em atitudes do presente. De qualquer forma, há controvérsias
Foto: Sxc.hu
Voltar no tempo e saber exatamente o que aconteceu na infância ou até em outras vidas. A regressão é uma técnica que possibilita trazer de volta algumas lembranças para o tratamento de problemas do presente. No entanto, é preciso tomar cuidado com conceitos pré-estabelecidos que se tenha sobre o assunto. O teólogo e presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas - CACP, João Flávio Martinez, explica que a regressão a vidas passadas tem como pressuposto a reencarnação, que é base de religiões orientais como Hinduísmo, Budismo e Jainismo. Os indianos, por exemplo, acreditam que o espírito reencarne 840 mil vezes. De qualquer forma, não é apenas para outras vidas que a regressão leva. A psicoterapeuta progressiva Maura de Albanesi conta que o procedimento traz benefícios, incluindo desbloqueios emocionais, o que acarreta clareza em relação a si mesmo e a situações difíceis e aparentemente inexplicáveis. A aposentada Elaine Fiali, 50 anos, já realizou o procedimento três vezes. Na primeira, uma vidente contava ano a ano de sua vida; na segunda, foram aplicadas técnicas de Reiki e cromoterapia; por último, a meditação a fez voltar no tempo. Os procedimentos me tiraram muitas dúvidas. Eles me ajudaram a entender melhor minha relação com algumas pessoas e a resolver problemas como medo de altura e ansiedade , diz.
Foto: Photocase.de
O tratamento pode ser conduzido através de métodos diferentes que englobam desde um leve relaxamento até comandos hipnóticos. Esses processos não fazem com que a pessoa perca sua consciência. Ao contrário, o estado consciente é fundamental para a terapia. A hipnose é leve, a ponto da pessoa, às vezes, pensar que inventou a história , conta Maura. Quando traz à tona as situações traumáticas do passado, a regressão possibilita que o paciente reavalie dados da sua personalidade, facilitando o autoconhecimento seguido do desenvolvimento pessoal. Quando uma pessoa sofre um trauma na vida, pode ficar presa ao evento, mesmo que não se lembre dele de forma consciente, fazendo com interfira em situações presentes. A especialista explica que uma mulher que não consegue manter uma intimidade sexual com o esposo apesar de amá-lo, por exemplo, ao voltar no passado pode descobrir que foi vítima de uma violência sexual. Depois de seguir os passos do procedimento, a paciente poderá neutralizar a emoção negativa que a impedia e tomar novas decisões frente à situação, já que vive hoje um momento diferente e não precisa se prender ao passado.
Foto: Sxc.hu
De acordo com Maura, não há riscos na terapia, uma vez que o ser humano possui uma sabedoria inconsciente. Essa inteligência permitirá retroceder apenas situações que a pessoa está pronta para resolver. As contra-indicações ficam para quem possui algum tipo de psicopatologia. Pode aplicar o procedimento o psicólogo que saiba manusear as técnicas necessárias e tenha feito cursos de especialização em Terapia de Vivências Passadas - TVP. Há uma regressão chamada Vívida, onde o indivíduo vivencia com intensidade seu ´personagem´ do passado, podendo mudar o tom de voz, postura física, ter reações motoras e apresentar marcas físicas durante a vivência. Esse tipo ocorre em torno de 5% da população que faz regressão. Outro tipo é a Regressão Pictórica, quando a pessoa lembra e revive experiências assistindo cenas como se fossem um filme. Em quase 60% dos casos acontece a Regressão Mista, onde o indivíduo tem uma lembrança com imagens fragmentadas, sem perder o sentido da história e do desenvolvimento dos fatos. Por último, há o Intuitivo. Pessoas com dificuldades em usar o canal visual ou muito resistentes ao processo podem acessar os conteúdos de forma intuitiva, sem muitas imagens e sensações, compondo a lembrança com fortes impressões que vão se formando com a ajuda do terapeuta , explica o especialista em terapia regressiva Milton Menezes. Como se faz?
Foto: Sxc.hu
Para realizar a regressão, é preciso primeiro identificar o foco, ou seja, aquilo que realmente incomoda a pessoa nos tempos atuais. Quando a questão é localizada, são introduzidos os comandos hipnóticos, como voltar para a primeira vez em que a pessoa sentiu aquilo que a aborrece. Logo após, o profissional irá acompanhar o paciente por dentro da história a ser desvendada, levando ao momento emocional que originou o trauma. Dessa forma, é induzida a catarse emocional, uma purificação por meio da descarga emocional, libertando a pessoa de decisões antigas e possibilitando novas atitudes. Caso a regressão seja para vidas passadas, em seguida a pessoa é levada ao momento da morte, para que ela possa se desprender da antiga encarnação, compreendendo as lições que a alma deve ter aprendido. Depois vem o pós-morte, momento de ampliação da consciência, onde o paciente pode perdoar o agressor, caso haja um, e se reconciliar, superando assim o trauma. Por último, ele é trazido ao momento atual, para relacionar os antigos acontecimentos com a vida presente. Quando a pessoa está dentro do processo, a mente e o inconsciente são atemporais. Apenas uma parte da mente é acionada, para conectar os fatos com os sintomas atuais. A sessão varia de 50 minutos a uma hora e meia e custa cerca de R$200,00 a R$300,00, de acordo com o local de aplicação e tempo.
De volta ao útero
Foto: Sxc.hu
O feto registra tudo o que ocorre com a mãe, mas não possui um ego (soma de pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções) estruturado. Dessa forma, na fase adulta, a pessoa poderá ter comportamentos e sensações que não fazem parte da própria personalidade. O objetivo da regressão para dentro do útero é separar o que é e o que não é da pessoa. Levando em consideração que trauma é um bloqueio emocional que impede a fluidez da energia da pessoa, o parto é o primeiro trauma vivido por todos. Por outro lado
Foto: Sxc.hu
Martinez explica que há processos ocultos da mente denominados confabulação e criptamnésia. No primeiro, a pessoa se baseia parcialmente em fatos ou chega a construir totalmente uma situação imaginária, inconscientemente. O segundo é um termo usado para denominar a origem de experiências que as pessoas acreditam ser originais, mas que se baseiam em memórias já esquecidas. O especialista diz que tudo leva a crer que a maioria das regressões a vidas passadas são confabulações alimentadas pela criptaminésia. Infelizmente, não existe uma única investigação científica que tenha validado, sem deixar dúvida, relatos de regressão a vidas passadas. Os melhores trabalhos na área são de Ian Stevenson, um parapsicólogo que investigou casos de crianças asiáticas que pareciam recordar detalhes da última encarnação. Porém, mesmo os estudos de Stevenson, ao passarem por análise, revelam inconsistências internas que os colocam em dúvida , finaliza.
História da regressão
Foto: Sxc.hu
A regressão a vidas passadas foi descoberta em 1893, em Paris, por Albert de Rochas. Ele fazia experimentos com magnetismo e hipnose. O livro do autor, Les Vies Successives, publicado em 1911, é o primeiro sobre o assunto. No ano de 1952, uma mulher chamada Virginia Tighe foi hipnotizada e começou a falar com sotaque irlandês, afirmando chamar-se Bridey Murphy, uma moça irlandesa do século XIX. O livro do especialista que a hipnotizava, Bernstein, chamava-se The Search for Bridey Murphy e virou um best-seller traduzido para muitas línguas. Nada de concreto se encontrou sobre a irlandesa, mas a equipe do jornal Chicago American encontrou uma Bridie Murphey Corkell que viveu no século XX, numa casa em frente à residência onde Viginia Tighe passou a infância. Os fatos relatados não eram memórias de uma vida anterior, mas sim lembranças da infância. *Por João Flávio Martinez