domingo, 4 de novembro de 2007

Problemas de relacionamento podem aumentar risco cardíaco Por Mar Gamez / EFE

Até o momento, a maioria dos estudos tinha sido centrada em assinalar as virtudes de viver em casal. Sempre se afirmou que as pessoas que passam sua vida ao lado de um parceiro, da família e de amigos gozam de melhor saúde que aquelas que, por diferentes circunstâncias, decidem viver na solidão.
Mas um estudo publicado recentemente assegura que as relações amorosas também podem acabar prejudicando o coração de algumas pessoas.
Segundo um grupo de cientistas britânicos, as discussões, os gritos e os conflitos constantes com o parceiro aumentam em 34% o risco de ataques cardíacos ou dores no peito.
Aparentemente, as brigas e as críticas geram estresse e ansiedade nas pessoas que convivem com isso regularmente e isto aumenta a probabilidade de sofrer de doenças cardíacas. Isto foi comprovado com uma pesquisa desenvolvida no Reino Unido e publicada na revista americana "Archives of Internal Medicine".
Para chegar a estas conclusões os cientistas estudaram o caso de mais de nove mil britânicos, que responderam a perguntas sobre alguns dos aspectos mais negativos de suas relações.
Analisaram seu nível de confiança, sua percepção de apoio mútuo e outras variáveis como idade, sexo e profissão, e seguiram a evolução de cada paciente durante mais de 12 anos para comprovar se eles desenvolviam algum problema de saúde.
No momento de iniciar o estudo, cerca de 500 pessoas apresentaram algum problema cardiovascular. Mas, para surpresa dos pesquisadores, outras 589 sofreram também algum transtorno em seus corações durante o acompanhamento.
Os cientistas descobriram que aquelas pessoas que apresentavam mais problemas em suas relações eram geralmente as mais afetadas por problemas cardíacos.
"Os resultados do estudo indicam que as relações íntimas negativas influem na condição cardíaca de uma pessoa", comentam os pesquisadores em seu trabalho.
MORRER DE AMORAs relações tormentosas, os gritos e as brigas constantes terminam com os relacionamentos mais sólidos e até mesmo com alguns corações. Mas a perda da pessoa amada também pode acabar com a vida de algumas pessoas.
Outros pesquisadores, neste caso da Universidade de Glasgow, na Escócia, asseguraram há alguns meses que as pessoas que ficaram viúvas atravessam por momentos críticos nos seis meses posteriores à morte de seu parceiro. Nos cinco anos seguintes, o índice de desenvolvimento de problemas cardíacos ou outras doenças também é maior.
A vida diária mostra muitos exemplos, alguns deles famosos, como o do casamento dos cantores e compositores americanos Johnny Cash e June Carter Cash, cuja célebre história de amor foi levada em 2005 ao cinema sob o título "Johnny & June".
O cantor, uma lenda da música country, não conseguiu sobreviver às complicações que se apresentaram em sua diabete e morreu aos 71 anos, apenas quatro meses depois da morte de sua esposa.
No entanto, alguns especialistas, como o cardiologista Cathy Ross, da Fundação de Cardiologia Britânica, quiseram matizar as afirmações científicas assegurando que a importância da questão está, em muitas ocasiões, mais em como se leva o luto do que na estrita dor da perda.
"Algumas pessoas começam a fumar mais, a beber ou a se alimentar pior", comentou à "BBC" o especialista, que assegura que em alguns casos são os maus hábitos dos viúvos que prejudicam gravemente sua saúde.

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